Análise do Futuro da Guerra na Ucrânia Após a Cúpula Trump–Putin no Alasca

Em meio a grandes expectativas, a cúpula realizada no dia 15 de agosto de 2025 entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, terminou sem avanços significativos, reforçando o ambiente de incerteza quanto ao futuro da guerra na Ucrânia. O encontro foi marcado por fortes gestos simbólicos — como o “tapete vermelho” estendido para a recepção de Putin e uma série de exibições militares — mas acabou por não surtir efeito mediador nem conduzir a qualquer acordo tangível de cessar-fogo The Wall Street Journal+1.

8/17/20254 min read

Putin retornou a Moscou exibindo um ar de vitória diplomática, tendo conseguido reafirmar a narrativa russa sobre o conflito e reforçar sua estatura internacional, mesmo sem fornecer concessões formais ou se comprometer com o fim dos combates The Wall Street Journal. Enquanto isso, Trump, que havia defendido a urgência de um cessar-fogo antes da cúpula, mudou sua postura posterior ao encontro ao sugerir que os termos da paz deveriam ser discutidos diretamente, sem necessariamente uma pausa prévia nas hostilidades The Wall Street Journal+2The Wall Street Journal+2.

Além disso, Trump se mostrou aberto à ideia de oferecer garantias de segurança à Ucrânia — embora, até o momento, não tenha se comprometido com o envio de tropas americanas, indicando que estas garantias poderiam assumir forma bilateral ou ser parte de uma coalizão liderada por potências europeias The Wall Street Journal+1. No entanto, esse posicionamento permanece bastante vago e desprovido de detalhes concretos.

Os Dois Cenários Prováveis para o Desfecho do Conflito

Em análise aprofundada publicada pelo Wall Street Journal, são apresentados dois cenários plausíveis para o fim da guerra, ambos centrados na ideia de partição da Ucrânia — cada um com consequências políticas, territoriais e estratégicas distintas The Wall Street Journal:

1. “Partição com Proteção”

Sob este cenário, a Ucrânia abriria mão de aproximadamente 20% de seu território — áreas atualmente sob controle russo — enquanto mantém sua soberania sobre o restante do país. Essa porção remanescente contaria com garantias de segurança ocidentais, semelhantes à proteção que a Coreia do Sul recebeu após o fim da Guerra da Coreia em 1953 The Wall Street Journal.

Autoridades ucranianas, inclusive o presidente Volodymyr Zelensky, já sinalizaram disposição para negociar sob essa lógica, desde que fosse previamente estabelecido um cessar-fogo e fosse garantida a integridade e a soberania do país remanescente The Wall Street Journal+1. A ideia de reconhecimento legal de territórios ocupados, no entanto, é considerada inaceitável pelos aliados europeus, que preferem aceitar o controle de fato para evitar a legitimização de novas conquistas territoriais The Wall Street Journal.

2. “Partição com Subordinação”

No segundo cenário, menos favorável à postura ucraniana, a perda territorial seria acompanhada por uma drástica redução da capacidade de defesa e autonomia do país. A Ucrânia permaneceria como uma entidade sob influência russa, diminuta em soberania e compelida a adotar políticas alinhadas a Moscou, incluindo normas sobre idioma, história e identidade nacional The Wall Street Journal.

Este padrão representa um retrocesso democrático e um enfraquecimento completo da capacidade ucraniana de resistir a futuras agressões. Tal desenrolar seria o verdadeiro temor dos defensores da integridade e independência do país The Wall Street Journal.

Mesmo diante desse quadro, os analistas destacam a resiliência ucraniana, ressaltando que Kiev continua a resistir de maneira adaptativa, apesar das limitações frente à superioridade populacional, de recursos e militar de Moscou The Wall Street Journal.

Implicações e Fatores Determinantes

Os cenários desenhados não são inevitáveis; seu desenlace depende de múltiplos fatores em constante evolução:

  • Resistência Militar e Moral da Ucrânia: O moral das tropas ucranianas segue firme, embora haja relatos de exaustão acumulada e desafios de coerência interna no comando militar The Wall Street Journal.

  • Suporte Ocidental: A continuidade e a intensidade do apoio ocidental — tanto em termos de armamentos quanto garantias formais — são vitais para sustentar qualquer cenário de contenção russa.

  • Sanções Econômicas: Pressões econômicas mais intensas sobre Moscou podem ser decisivas, mas levam tempo para surtir efeito The Wall Street Journal.

  • Decisões Políticas Internas: O cálculo político, especialmente entre os oligarcas e as estruturas de poder na Rússia, pode influenciar se Putin optará pela contenção ou por uma escalada da guerra The Wall Street Journal.

Contexto Diplomático Recente

Além do encontro no Alasca, está marcada uma reunião entre Zelensky e Trump em Washington, que deverá contar com o apoio de líderes europeus. O objetivo principal será justamente discutir garantias de segurança e pressionar contra qualquer proposta de cessão territorial — principalmente a do Donbas — por parte da Ucrânia The Wall Street Journal.

Enquanto isso, críticas à condução do processo continuam a surgir: veículos como o Washington Post avaliam que a diplomacia de Trump, baseada em gestos e personalismos, pode dar margem a acordos desbalanceados, especialmente se a Ucrânia for deixada de fora das decisões centrais The Washington Post+1. Outros alertam para o risco de repetir erros históricos de apaziguamento, equiparando a situação ao Acordo de Munique de 1938 The Washington Post.

Conclusão

A cúpula de Anchorage, longe de abrir um caminho claro para a paz, reforçou a percepção de que o fim da guerra permanece distante. A ausência de um compromisso concreto de cessar-fogo ou de mudanças significativas no terreno diplomático acentuou o dilema: negociar sob a égide da partição — seja com proteção, seja com subordinação — ou continuar a longa e dolorosa guerra de desgaste.

Somente os próximos meses revelarão qual direção o conflito tomará. Até lá, a combinação de fatores militares, diplomáticos e econômicos continuará a moldar o destino da Ucrânia e a estabilidade geopolítica da Europa e do mundo.